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Ilha dos Açores o Mistério do Paralelo 35

O mistério oculto que nos rodeia e nos habita tem locais prediletos, com que parece procurar desconcentrar - nos.
Sabemos correntes teluricas que condicionam a qualidade dos Terrenos e do meio ambiente, locais onde "sopra o espírito", mas parece que há também zonas votadas ás influências estranhas e por vezes maléficas.

Num livro fascinante, Roger de Lafforest, estudou estes assuntos, nomeadamente casas, onde detetou siatuações geográficas, condicionadas por forças que nascem quer no subsolo, quer na implantação, quer nos diluvios imateriais que caem do Cosmos... quer dos próprios materiais de casa, dos objetos ou decoração, cuja geometria pode provocar a irradiação de ondas mais ou menos violentas.

Todos este fenómenos se relacionam com razões electromagnéticas e psiquicas ou com irradiações, por vezes nefastas, se emanam de centros acumuladores de pensamentos mórbidos.

Mas que dizer das regiões imensas do globo terrestre em que os malefícios nascem e se desencadeiam como se estivessem em relação directa com os infernos mitológicos?

Há dois pontos do planeta submetidos a essas forças temíveis: os Açores e a região das Baamas, que entrou na história oculta sob o nome de "Losango Mágico".
Os Açores a 1500 km a Oeste de Portugal, foram se aceitarmos a tradiçã, os Campos Elísios do mundo antediluviano.
Era ai que batia o coração da Atlântida feliz e que se erguia a sua capital reluzente de aricalco Posideia.
Veio o dilúvio e desde então, esses locais tornaram - se o teatro de acontecimentos estranhos e por vezes dramaticos.
Será edificante uma breve recapitulação, em que procuraremos fornecer elementos de estudo sobre o mistério dos Açores.

- É nestas paragens que aparece periodicamente a ilha fantasma de São Brandão;

- É ai que surgem os anticiclones responsáveis pela situação metereológica da Europa;

- Foi ai que a Atlântida submergiu há 12 000 anos;

- É a 500 milhas ao largo destas ilhas que os petréis, pássaros migratórios transoceânicos, voam em círculo até ao limite das suas forças;

- Em São Miguel dos Açores, a água ferve em crateras que ainda vomitam lava;

- Apareceu ai, em 1954, uma ilha, que se ligou à ilha do Faial;

- Finalmente, é ai que os barcos perdem as tripulações, como se volatizassem misteriosamente.

Desde 1969, com bom ou mau tempo, foram encontrados na ilha cinco iates, a maioria deles em excelente estado mas sem os passageiros "tripulantes" a bordo.

Não se conseguia encontrar qualquer explicação com válida, e desde então a região dos Açores goza entre os navegadores de uma reputação em que se emulam magia e o sinsólito.

O MARIE - CÉLESTE, barco fantasma


Marie Céleste


Em Novembro de 1872, o bergantiam Marie - Céleste partiu de Nova Yorque com destino a Génova, com doze tripulantes a bordo.
O pequeno navio foi visto a 2 de Dezembro ao largo das costas da Europa, sem qualquer anormalidade.
A 4 de Dezembro, navegava a toda a vela, apanhando o vento bem de poupa, mas o capitão do navio inglês Dei Gratia, manifestou surpresa pelo facto de o bergatim não ter respondido á sua saudação e aos sinais que lhe enviava.
Aproximando - se mais, os ingleses não viram ninguém, nem ao leme nem sobre a ponte, e um deles gritou, a gracejar:

- Finalmente, um navio fantasma!

E não se enganava, porque quando os marinheiros se dirigiam de chalupa para o Marie - Céleste, verificaram que não tinha tripulação.
No entanto , à parte a pesada atmosfera de silêncio, nada parecia indicar que algo de grave se tivesse passado a bordo.

Tudo estva em ordem e parecia preparar - se um pequeno almoço: a chaleira acompanhava as torradas e o doce de laranja, a ponte estava lavada e as cordas no respectivo lugar, debaixo das serviolas, as talhas bem apertadas e as trincas prontas a funcionar.
Havia roupa a secar numa corda e não faltavam os víveres na despensa.
Os marinheiros ingleses revistaram as cabines, o porão, e tiveram que se limitar à evidência: não havia vivalma!

Na história dos navegadores, era a primeira vez que se presenciava no mar um tal acontecimento, e sem que nada o pudesse justificar.
Evidentemente, em Novembro, o Oceano é sempre no Atlântico, nas próximidades dos Açores, mas não tinha havido tempestade nem o mar estava agitado, e um bergatim com dois mastros e uma dezena de tripulantes estava em condições de fazer face a qualquer dificuldade.

Dizer - se que não havia vivalma não é exacto: a unica criatura a bordo era um pacífico gato cinzento, o que era ainda mais desnorteante, porque é regra, no mar quando se tem que abandonar o navio, salvar - se possível - os animais domésticos, os quais, além de serem úteis, são amigos privilegiados da tripulação e de certo modo a sua mascote.

Uma coisa estranha
O enigma apresentava - se sem qualquer solução possível.

Se a tripulação tivesse sido obrigada a deixar o begantim, teria utilizado o bote salva - vidas; se tivesse ocorrido um motim, ter - se - iam encontrado vestígios de luta ou de uma desordem; se o barco tivesse estado em perigo devido ao mau tempo, ter - se - iam notado avarias e as velas estariam ferradas...

No entanto os ingleses descobriram um indício que sem servir de explicação, fazia aumentar as conjecturas no domínio do insólito: no livro de bordo, o comandante do Marie - Céleste tinha anotado acontecimentos anódinos e assinalado o bom tempo, mas a última frase inacabada, continha estas palavras sibilinas: ( Acontece - nos uma coisa estranha...

Vejam, é a Atlântida... )

Os americanos, que crêem fervosamente no espiritismo e na vidência, organizaram em San Diego ( California ) uma sessão durante a qual um médium comunicou o seguinte; - ( Eu sou a Sr.ª Briggs, a mulher do capitão do Marie - Céleste.

Todos os dias, a bordo, para quebrar a monotomia da viagem, eu tocava piano. Quando o brique passou pelos Açores, começaram a verificar - se fenómenos estranhos: cada vez que tocava, uma musica longínqua parecia responder à minha. Vinha do mar, como se tratasse de um eco marinho, comparável áquele que se ouve por vezes nas montanhas.

Toda a tripulação o ouviu visivelmente atemorizada, e pôs - se a sondar as ondas.
Alguns dos homens , tomados de pânico, pediram - me, que não continuasse a tocar.
Houve mesmo um começo de motim, que o meu marido impediu a todo o custo.
Ele tinha lido muito e pensava que a nossa zona de navegação devia ser a da antiga Atlântida.
Um dia , ao examinar os fundos, viu surgir diante de si uma espécie de pradaria flutuante, coberta de vegetais, mas que não pareciam algas.

Uma outra vez, excitadíssimo, levou - me, ao deque para me mostrar algo que se assemelhava a ruinas de casas, e colunas quebradas, em mármore.
Pensei evidentemente que era uma miragem.
Na noite que se seguia, o casco do navio foi sacudido por choques estranhos. O Sol acabava de nascer quando o nosso homem de vigia se pôs a gritar, enquanto o navio parava.
Tinha encalhado numa terra desconhecida.
O meu marido gritou: Vejam, é a Atlântida que emergiu miraculosamente das águas!
Num arroubo de axaltação, saimos todos do navio.
A vegetação era extraordinária. Partimos à descoberta cantando e, de repente quando nos apróximamos de uma espécie de templo em ruínas, o solo faltou - nos debaixo dos pés, devido a um movimento àquele que tinha feito surgir a terra da água. O Marie - Céleste, livre seguiu imediatamente a sua rota, vazio. Nós morremos todos na catástrofe.)

Miragem ou ilha recém - nascida


Para aqueles que crêem nas revelações do Além, esta história seria plausível, se não existissem certos pormenores, inadmissíveis. O início de motim não se coaduna com a ordem que reinava a bordo do Marie - Céleste; um barco com aquela tonelagem não encalhava a não ser a uma certa distância de terra firme, e dificilmente podemos imaginar a tripulação a abandonar o navio sem ter lançado previamente a âncora.

Finalmente, a descriação da Atlântida, feita por um médium, é infantil e pouco convicente.

No entanto, não podemos deixar de supor que se tenha verificado um fenómeno desta ordem, quer pelo efeito de uma loucura contagiosa, quer por, na realidade, ter surgido uma ilha no oceano.

Evidentemente, não podia ter vegetação e ruínas, a não ser que se tratasse da miragem da célebre ilha de São Brandão, mas os fundos oceânicos, devido às erupções vulcânicas submarinas, emergem por vezes nos Açores, como o prova a aparição recente da ilha que se ligou à do Faial.

Aquilo que emergiu ter sido engolido algumas horas depois de ter aparecido é admissível, mas deve ter - se, em conta que as areias e as lavas surgidas estavam , no caso do Faial, a uma temperatura tão elevada que foi preciso esperar alguns Meses para poder andar sobre elas.

Actualmente, estas novas terras têm instalados aparelhos registadores de temperaturas, e não cresce nelas qualquer vegetação.

Nesta hipótese, os passageiros do Marie - Céleste teriam ficado absolutamente incapacitados de pôr pé em terra firme.

Coincidências exageradas

Desde o século XIX, foram encontrados muitos navios sem tripulação no paralelo 35, sem que a opinião pública tivesse sido por isso perturbada.

E mais recentemente, em 1969, a questão voltou a lume, com cinco novos casos, que desta vez, entravam no ciclo das coincidências exageradas.

A 30 de Junho de 1969, o navio inglês Maple bank descobre um iate de vinte metros de comprimento, que não identificou, a flutuar com a quilha para o ar.


Navio inglês Maple bank
 Até aqui, nada de extraordinário. Mas a 4 de Julho um outro navio inglês o Cotopaxi, assinala um iate, ainda não identificado, a navegar com o leme automático e sem qualquer tripulação.

Dois dias mais tarde, um barco Liberiano, o Golar Frost, encontra um outro navio fantasma, o Vangabond, pertence ao navegador solitário William Wallin. E também não havia ninguém a bordo.

A 8 de julho, o petroleiro inglês Helisoma encontra, ainda no paralelo 35, entre os Açores e Portugal, um iate de doze metros que navegava ao ao sabor das ondas.

A 10 de Julhoa imprensa, finalmente alertada, consagra longos artigos à descoberta do Teignmouth Electron, de um outro navegador solitário, este celebre: Donald C. Crowhurst.

Cinco iates sem tripulação encontrados durante onze dias em redor dos Açores, com bom tempo e em pleno Verão, cinco dramas sem explicação plausível, é muito, mesmo para estatísticas optimistas.

Forças ocultas apunham - se a Crowhurst

Não há dúvida de que William Wallin era um navegador experiente, mas Donald Crowhurst não lhe era inferior.

No entanto, o seu caso pode ser dissociado dos outros, porque foi encontrado o diário de bordo com um relato, que pelo menos à primeira vista, apresenta uma explicação para o mistério.

Crowhurst, excelente marinheiro, participava na corrida à volta do Mundo organizada pelo jornal inglês Sunday Time; era um dos favoritos, mas necessitava tanto de ganhar a corrida que não podia arriscar a perdê - la. Foi sem dúvidas isso que lhe deu a ideia de se servir de uma fraude, que durante muito tempo enganou a imprensa.

Navegou até aos Açores, a 700 milhas Oeste e 35º de latitude e ai ficou sem se deslocar de forma apreciável, enviando à B.B.C. inglesa mensagens pela rádio em que referenciava fantasticamente pontos, tais como: ( Estou a passar o cabo Horn... O cabo da Boa Esperança... Regresso a Inglaterra... ).

Julgava - se portanto que ele ia em primeiro lugar.

A 24 de Junho de 1969, Crowhurst recebe uma mensagem do Sunday Time:

( Encontro previsto nas ilhas Sorlingues. B.B.C. prepara entrevista.

Reportagem exclusiva para os jornais. Editores interessados. Chegada triunfal prevista ).

Então, tomado de pânico, o célebre navegador decide não continuar e confia a verdade ao seu diário. Confessa que o barco, um TRIMARAN, não se mexeu do papalelo 35, mas acrescenta comentários que detonam um desarranjo cerebral evidente.

Fala de Deus e do sistema de um mundo em que um cérebro cósmico o escarnece.

Terá ficado por vontade própria na zona dos Açores?

A confissão. sincera desta vez dá a supor que as forças ocultas o obrigam a isso.

A 30 de Junho escreve que decidiu morrer. ( A minha alma está agora em repouso. Deixo - vos o meu diário de bordo, só a verdade é bela, ninguém deve ou pode fazer mais do que lhe é possível.
É o fim, a verdade está revelada, abandono o jogo ás 11 h. e 50 m.
A 10 de Julho, o navio Royal Mail Picardy localizava o trimaran e arrastava - o a reboque.
Crowhust já não estava a bordo, mas não se encontrou o seu cadáver.
Segundo certas informações, o navegador inglês está vivo e foi reconhecido na Inglaterra, mas o mistério sobre o seu desaparecimento mantem - se, de facto.

A coisa estranha provoca loucura

Eis portanto os misteriosos acontecimentos acontecimentos que se desenrolaram no paralelo 35, particularmente durante o Mês de Julho de 1969.

No que se refere a Crowhurst, tudo se explicaria se algumas linhas do seu diário de bordo não voltassem a pôr as coisas em questão: que quis ele dizer exactamente com o sistema de um mundo em que um cérebro cósmico o escarnece?

Frase sem significado de um homem doente do espírito?
Talvez, mas o espírito do comandante do Marie - Celéste tinha também, segundo parece, sido perturbado por uma coisa estranha, e veremos mais tarde que foi ainda uma coisa estranha que fez perder a razão aos pilotos do Losango Mágico das Baamas.
Visto que nenhuma explicação lógica esclarece o mistério do paralelo 35, temos de recorrer ao ilógico.
Nunca se encontrou um único dos corpos dos desaparecidos, o que leva a pensar que não caíram ao mar, a menos que tenham caido do lastro de chumbo ou perto de um cardume de tubarões.
Houve rapto? Custa a crer!
O unico ponto em comum e evidente ao inquérito é o desaparecimento em condições estranhas. Portanto, passou -se, algo que tinha origem quer no céu quer nas águas, e pensarmos que ao primeiro caso nas lendas que ocorrem sobre os extraterrestres que procedem a < raptos > da fauna e da flora do globo terrestre.

Lendas é certo, e todavia, se fosse a coisa estranha mencionada pelo comandante Briggs?
Se a natureza vinha do mar, como evitar que nos ocorra ao pensamento a Atlântida, as subitas aparições de ilhas vulcânicas ou a miragem de São Brandão?
Estas explicações também não são muito satisfatórias!
Talvez sejam muito ilógicas...

A magia dos sábios

Ter - se ia dado um milagre?
Um passo de magia? De repente sentimo - nos, mais á vontade nas nossas especulações; mais de acordo com o ambiente dos dramas e dos mistérios.

Mas a magia do século XX despiu - se, dos seus ouropéis e encantações.
Na realidade, transmutuou - os, visto que todos os acessórios permanecem, desde a capa ao feiticeiro à varinha mágica e faiscante da fada.
Esta magia nova tornou - se a ciência fantática, assim como as regiões do Outro Mundo se tornaram o Universo Paralelo.

Os homens do nosso tempo teriam vergonha de acreditar nos feiticeiros, nos espíritos, nos fantasmas, mas estão dispostos a conceder crédito a um outro mundo regido por dimensões desconhecidas.
Procurando bem no fundo das coisas aperceber - nos - emos depressa da pouca diferença que separa a supertição da crença, o Outro Mundo do Graal do Universo de quatro ou cinco dimensões, os romancistas inspirados dos físicos de vanguarda.

Se não foi magia o que se passou nos Açores, o jogo consiste, portanto, em introduzir novas noções cientificas num problema que não tem solução através das matemáticas clássicas.
Será razoável crer que certas zonas do glogo sejam o teatro operacional de fenómenos deste género!

Um <>, para retomar a expressão do navegador Growhurst, << escarnece os humanos >>?

É um tema das religiões que tende tornar - se o das ciências mas a um nível superior ou aparentando sê - lo.
De facto, o mistério dos Açores esclarece - se, se admitir que as tripulações desaparecem no nosso mundo tangível para entrar num Universo paralelo regido por dimensões de que não temos qualquer ideia.
O mistério do paralelo 35 tem uma correspondência nos desaparecimentos insólitos ocorridos, mais a Oeste, sobre o paralelo 30.
O losango delimitado pela Florida, as Bermudas, Porto Rico e a Jamaica é chamado pelos Americanos Sky - Trap armadilha do céu, e na Europa, o losango ou o triangulo da Morte.

Nesta zona, as tripulações desaparecem, os navios também, mas sem deixar qualquer vestígio, o que complica singularmente o problema.
Evidentemente, em todos os mares do Mundo se perdem navios, corpos e bens, e não se encontra nada devido á distância a que se dão os naufrágios e ao isolamento dos locais, mas a zona do Losango Mágico fica numa região do Oceano muito frequentada e, além de navios, desaparecem também aviões sem deixar o mais pequeno sinal.

Matéria extraida, ( O livro dos mundos esquecidos ) por Robert Charroux.

Colecção Esfinge edições 70.

Transcrito por Nuno Alves