Fósseis de peixes são encontrados em sítio arqueológico em MG


Escavações são realizadas às margens da BR-050, em Uberaba. Família de peixes viveu na região na época dos dinossauros.

Paleontólogos e estudantes retomaram, nesta semana, as escavações às margens da BR-050, no sítio paleontológico de Peirópolis, Bairro Rural de Uberaba, no Triângulo Mineiro.


Para surpresa dos pesquisadores, foram encontrados registros de uma nova família de peixes que viveu na região na época dos dinossauros. O local é o mesmo onde foi encontrado o maior fóssil de dinossauro no Brasil.


Logo no primeiro dia do trabalho, na quarta-feira (28), o grupo encontrou as novidades. "Já encontramos ossos na parede. A chuva nos ajuda, pois ela lava a rocha e deixa os ossos mais visíveis. Estamos muito contentes, pois localizamos o osso do crânio de um peixe bem grande, além do registro de uma nova família de peixes, a qual ainda não havia sido encontrada na região", revelou o paleontólogo da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Augustin Martinelli.



Pesquisador da UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro) mostra fóssil de peixe primitivo encontrado no sítio de escavações Serra da Galga, em Peirópolis, distrito a 20 quilômetros de Uberaba (MG)


O técnico em preparação, João Ismael, contou como é feito o preparo de todo esse material, antes mesmo da identificação dos fosseis.


"Quando trabalhamos com material pequeno, às vezes envolvemos a amostra apenas com papel higiênico ou um plástico apropriado. Posteriormente, no laboratório, fazemos toda a preparação", contou.


A pesquisa começou em 2004 e Ismael lembrou que o trabalho evidencia um contraste, já que na mesma região onde já foram encontrados fósseis de tamanhos gigantescos, também é possível localizar materiais que passariam despercebidos por causa do tamanho, como, por exemplo, pequenos dentes de peixes.


"Há fósseis que pesam 100 quilos e hoje encontramos fósseis de uma ou duas gramas. A natureza trabalhou lentamente por milhões de anos. Em um nível encontramos fósseis maiores e alguns centímetros abaixo localizamos fósseis tão pequenos", completou.


Junto com os pesquisadores e técnicos, alunos de cursos como Geografia e Biologia descobriram novidades de milhões de anos atrás. O aluno do 3º período de Geografia, Gabriel Cardoso Cunha, comemorou tantas descobertas.


"Há muitos achados novos. Precisamos sempre levá-los para o laboratório de Peirópolis para realizarmos a identificação dos fósseis e darmos prosseguimento as pesquisas", contou.



No sítio paleontológico onde foi encontrado o esqueleto de um Uberaba Titan, além do maior fóssil já registrado no país, alunos e pesquisadores foram em busca de outros animais, como repteis, mamíferos e até peixes que foram contemporâneos de dinossauros. Isso torna o trabalho ainda mais minucioso.


A estudante do 8º período de Ciências Biológicas, Bianca Torquato, está em fase de preparação do trabalho de iniciação cientifica e não escondeu a empolgação pelos resquícios de alguns peixes encontrados no local.



"Quando fazemos a identificação deles, podemos divulgar para o Brasil e para o mundo os peixes que viveram aqui há milhões de anos atrás e que ainda assim é possível encontrar sinais deles preservados nos fósseis", afirmou Bianca.

 


 Fonte: G1