Crosta da Lua foi pulverizada por cometas e meteoritos, diz Nasa
A crosta da Lua foi quase totalmente pulverizada por asteroides e cometas no passado, revelaram medições das sondas da missão Grail, da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), supreendendo os cientistas.
"Sabia-se que os planetas rochosos do Sistema Solar tinham sofrido muitos impactos há vários bilhões de anos, mas ninguém pensava que a superfície lunar tivesse sido tão maciçamente bombardeada", destacou Maria Zuber, professora de Geofísica no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), encarregada científica da missão.
De acordo com a pesquisadora, 98% da crosta lunar está fragmentada. "Trata-se de uma surpresa tão grande que levará muitos especialistas a repensar a história da evolução dos planetas".
Duas sondas da Nasa fizeram medições muito precisas do campo gravitacional lunar que revelaram a divisão das massas, assim como a espessura e a composição dos diferentes estratos da Lua, até seu núcleo.
Deixaram claro, por exemplo, que a crosta é muito mais fina do que pensavam os cientistas, ao apresentar uma espessura de 34 quilômetros a 43 quilômetros, cerca de 10 quilômetros a 20 quilômetros a menos do que se tinha calculado até agora.
A composição da Lua é "similar à da Terra, o que alimenta a teoria de que foi formada por materiais terrestres espalhados após um enorme impacto no começo da história do Sistema Solar", explicou Mark Wieczorek, do Instituto de Física do Globo de Paris, autor de um dos três estudos.
Em relação à sua superfície, o interior da Lua parece extremamente regular. Os cientistas descobriram que a maior parte das variações constatadas no campo gravitacional eram produto de formações geológicas produzidas na superfície, como montanhas ou crateras.
A crosta externa da lua precisa de estruturas rochosas densas e é constituída, provavelmente, por materiais porosos ou pulverizados.
O mapa do interior da Lua revela, por sua vez, a existência de substâncias mais densas, formadas por magma vulcânico, que terminou se solidificando e formando paredes rochosas.
As pesquisas com os resultados da missão foram apresentadas na conferência anual da União de Geofísica Norte-Americana, em São Francisco (EUA), e publicadas na revista Science.
Fonte: UOL